O universo é um lugar misterioso e fascinante, repleto de fenômenos que desafiam nossa compreensão. Um desses fenômenos é o buraco negro, um objeto cósmico com uma força gravitacional tão intensa que nem mesmo a luz consegue escapar de sua atração. Por muito tempo, os buracos negros foram um enigma para os cientistas, mas recentemente, uma descoberta surpreendente trouxe novas informações sobre esses corpos celestes. Ao analisarem o material ao redor de um buraco negro, pesquisadores puderam reconstruir sua história e entender como ele se formou. Essa descoberta foi possível graças a um cadáver estelar, que revelou segredos sobre o passado do buraco negro.
O buraco negro em questão está localizado na galáxia NGC 3201, a cerca de 16.000 anos-luz da Terra. Ele é conhecido como um buraco negro de massa intermediária, com cerca de 50.000 vezes a massa do nosso Sol. Esses buracos negros são considerados “elos perdidos” entre os buracos negros supermassivos, que estão presentes no centro das galáxias, e os buracos negros de massa estelar, que são formados a partir da explosão de estrelas massivas. Mas como esse buraco negro intermediário se formou? Essa era a pergunta que intrigava os cientistas.
Para responder a essa pergunta, os pesquisadores utilizaram o Observatório de Raios-X Chandra, da NASA, para analisar o material ao redor do buraco negro. Eles descobriram que havia uma grande quantidade de gás quente e brilhante ao redor do buraco negro, indicando que ele estava em processo de crescimento. Mas o que chamou a atenção dos cientistas foi a presença de um objeto próximo ao buraco negro, que parecia ser um cadáver estelar.
Esse objeto, conhecido como estrela de nêutrons, é o que restou de uma estrela massiva que explodiu em uma supernova. Ele é extremamente denso e possui um campo magnético muito forte, o que o torna uma fonte de raios-X muito intensa. Os pesquisadores acreditam que essa estrela de nêutrons foi a responsável por fornecer o material necessário para o crescimento do buraco negro.
Ao analisarem os dados do Chandra, os cientistas descobriram que a estrela de nêutrons estava em uma órbita muito próxima do buraco negro, a uma distância de apenas 2,5 vezes o raio do horizonte de eventos, que é o ponto de não retorno ao redor do buraco negro. Isso significa que a estrela de nêutrons estava sendo “devorada” pelo buraco negro, fornecendo material para seu crescimento.
Mas como essa estrela de nêutrons chegou tão perto do buraco negro? Os pesquisadores acreditam que ela foi atraída pela força gravitacional do buraco negro, mas conseguiu escapar de ser completamente engolida graças ao seu campo magnético. Esse processo pode ter acontecido várias vezes, até que a estrela de nêutrons finalmente foi capturada pelo buraco negro.
Essa descoberta é importante porque nos ajuda a entender como os buracos negros intermediários se formam. Até então, acreditava-se que eles eram formados a partir da fusão de buracos negros de massa estelar, mas essa teoria não explicava a existência de buracos negros intermediários em galáxias antigas, que não teriam tempo suficiente para formar esses objetos através da fusão. Agora, com essa nova descoberta, os cientistas têm uma explicação mais completa para a formação desses buracos negros.
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