O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) registrou uma deflação de 0,97% no mês de junho, de acordo com dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Essa queda foi impulsionada principalmente pelo recuo nos preços das matérias-primas brutas, que tiveram uma variação negativa de 4,34% em relação ao mês anterior.
Esses resultados surpreenderam os analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que esperavam uma baixa de 1,06% na base mensal, após uma pequena variação negativa de 0,01% em maio. Essa deflação no IGP-10 é a maior desde setembro de 2016, quando o índice registrou uma queda de 0,89%.
A queda nos preços das matérias-primas brutas foi o principal fator que contribuiu para essa deflação no IGP-10. Entre os produtos que mais influenciaram essa queda estão a soja em grão (-10,71%), o minério de ferro (-7,77%) e o milho em grão (-6,54%). Esses produtos são importantes para a economia brasileira, pois são utilizados como insumos na produção de diversos setores, como o agrícola e o industrial.
Além disso, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a variação dos preços no atacado e é responsável por 60% do IGP-10, registrou uma deflação de 1,52% em junho. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a variação dos preços no varejo e tem peso de 30% no índice, apresentou uma alta de 0,22%. Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa os preços no setor de construção civil e tem peso de 10% no IGP-10, registrou uma variação de 0,30%.
Apesar da deflação no IGP-10, é importante destacar que esse índice é apenas um dos indicadores utilizados para medir a inflação no país. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o índice oficial de inflação pelo Banco Central, ainda apresenta uma alta acumulada de 4,66% nos últimos 12 meses, acima da meta estabelecida pelo governo de 4,5%.
No entanto, a deflação no IGP-10 pode ser vista como um alívio para a economia brasileira, que vem enfrentando uma série de desafios nos últimos anos. A crise econômica, a instabilidade política e a pandemia do coronavírus têm impactado diretamente o país, gerando incertezas e afetando a confiança dos consumidores e dos empresários.
Nesse contexto, a queda nos preços das matérias-primas brutas pode ser vista como uma oportunidade para as empresas reduzirem seus custos de produção e, consequentemente, oferecerem preços mais competitivos aos consumidores. Além disso, essa deflação pode contribuir para a retomada do crescimento econômico, uma vez que os preços mais baixos podem estimular o consumo e o investimento.
É importante ressaltar que a deflação no IGP-10 não significa que os preços estão caindo em todos os setores da economia. Alguns produtos e serviços ainda apresentam alta de preços, como é o caso dos alimentos, que tiveram uma variação positiva de 0,36% em junho. No entanto, essa deflação no índice geral mostra que, no geral, os preços estão mais estáveis e podem até mesmo apresentar uma tendência de queda.
Diante desse cenário, é