No último dia 10 de outubro, o Tribunal de Apelações dos Estados Unidos suspendeu o chamado “tarifaço de Trump”, uma série de impostos sobre produtos importados da China que havia sido imposto pelo presidente americano em sua guerra comercial contra o país asiático. A decisão foi comemorada por muitos, mas também gerou dúvidas sobre o que ainda está em vigor, o que foi suspenso e o que pode acontecer a seguir.
A disputa comercial entre Estados Unidos e China tem sido um dos principais assuntos do cenário econômico mundial nos últimos meses. Desde que Donald Trump assumiu a presidência, em 2017, ele tem adotado medidas protecionistas para tentar reduzir o déficit comercial com a China, que é o maior parceiro comercial dos EUA. Essas medidas incluem a imposição de tarifas sobre produtos importados da China, o que gerou uma série de retaliações por parte do país asiático.
Em setembro deste ano, o governo americano anunciou mais uma rodada de tarifas, dessa vez sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. As taxas, que variam entre 10% e 25%, entrariam em vigor em duas etapas: a primeira em 24 de setembro e a segunda em 1º de janeiro de 2019. No entanto, a China retaliou com a imposição de tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos americanos, o que gerou um impasse entre os dois países.
Foi nesse contexto que o Tribunal de Apelações dos EUA decidiu suspender o “tarifaço de Trump”. A decisão foi tomada em uma ação movida por empresas americanas que alegam que as tarifas impostas pelo governo prejudicam seus negócios. O tribunal decidiu que o presidente não tem o poder de impor tarifas unilaterais, sem passar pelo Congresso, e que as medidas adotadas até o momento são inconstitucionais. Com isso, as tarifas sobre os US$ 200 bilhões em produtos chineses ficam suspensas até que o processo seja julgado.
A decisão foi vista como uma vitória para as empresas americanas, que temiam o impacto das tarifas sobre seus negócios. Muitas delas dependem de produtos importados da China para fabricar seus produtos, e o aumento dos custos poderia afetar sua competitividade no mercado. Além disso, a imposição de tarifas também pode gerar aumento nos preços para os consumidores, o que prejudicaria a economia como um todo.
No entanto, a Casa Branca já anunciou que vai recorrer da decisão e pode levar o caso à Suprema Corte nesta sexta-feira. O governo alega que tem o poder de impor tarifas em nome da segurança nacional e que as medidas são necessárias para proteger a indústria americana. Também afirma que as tarifas são uma forma de pressionar a China a fazer mudanças em suas políticas comerciais, que são consideradas desleais pelos Estados Unidos.
Com isso, ainda há muita incerteza sobre o que pode acontecer a seguir. A decisão do Tribunal de Apelações é válida apenas para as tarifas sobre os US$ 200 bilhões em produtos chineses, mas outras medidas já adotadas pelo governo americano ainda estão em vigor. Entre elas, está a imposição de tarifas sobre aço e alumínio de diversos países, incluindo o Brasil, e sobre US$ 50 bilhões em produtos chineses, que já estão em vigor desde julho deste ano.
Além disso, a China ainda pode retaliar com outras medidas, como a imposição de tarifas sobre produtos americanos ou a desvalorização de sua moeda. Isso poderia agravar ainda mais a disputa comercial entre os dois países e gerar impactos negativos para a