O agronegócio brasileiro é um dos principais pilares da economia do país, representando cerca de 23% do PIB nacional e gerando milhões de empregos diretos e indiretos. No entanto, em meio à crise comercial global e às incertezas políticas internas, o setor tem enfrentado desafios para manter seus níveis de produção e exportação. Diante desse cenário, o coordenador do centro Insper Agro Global, Marcos Jank, acredita que o agronegócio brasileiro em geral terá um desempenho inferior ao registrado em 2017, mas há um segmento que pode se destacar positivamente: a área de proteína animal.
Em uma entrevista ao portal InfoMoney, Jank afirma que o setor de carnes tem um maior potencial de benefício em meio à crise comercial, pois o Brasil é um grande exportador desses produtos e tem uma posição privilegiada no mercado internacional. Segundo ele, a demanda global por proteína animal tem se mantido forte, especialmente nos países asiáticos, o que pode favorecer as exportações brasileiras.
Além disso, Jank destaca que o Brasil possui uma indústria de proteína animal altamente eficiente, com tecnologia avançada e baixos custos de produção. Isso permite que o país seja competitivo no mercado internacional, mesmo em momentos de turbulência econômica. O coordenador do Insper Agro Global também ressalta que o Brasil é líder na produção de proteína animal, com destaque para o segmento de aves, suínos e bovinos.
Outro fator que pode beneficiar o setor de carnes é a abertura de novos mercados. Jank acredita que, com o aumento da demanda global, o Brasil tem a oportunidade de ampliar suas exportações para outros países, principalmente da Ásia. Além disso, o país também pode se beneficiar das restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos e China, que podem abrir espaço para que o Brasil assuma um papel de destaque no mercado internacional.
Apesar dos possíveis benefícios para o setor de proteína animal, Jank alerta que o agronegócio como um todo deve se preparar para enfrentar um cenário menos favorável em comparação com o ano anterior. A crise comercial global, principalmente entre Estados Unidos e China, tem gerado incertezas e instabilidade nos mercados, o que pode afetar as exportações brasileiras. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar também pode impactar negativamente o setor, já que muitos insumos são importados.
Contudo, o coordenador do Insper Agro Global ressalta que o agronegócio brasileiro tem se mostrado resiliente e capaz de superar desafios. Ele acredita que o setor deve continuar investindo em tecnologia e inovação, buscando aprimorar ainda mais sua eficiência produtiva e ampliar sua participação no mercado global. Além disso, é importante que o país busque novos mercados e fortaleça suas relações comerciais com outros países, diversificando suas exportações e minimizando possíveis impactos de crises comerciais.
Em resumo, apesar dos desafios enfrentados pelo agronegócio brasileiro, o coordenador do Insper Agro Global acredita que o setor de proteína animal tem um grande potencial de benefício em meio à crise comercial global. Com uma indústria altamente eficiente e competitiva, o Brasil pode se destacar no mercado internacional e aproveitar a demanda crescente por proteína animal em diversos países. Contudo, é importante que o setor como um todo continue investindo em melhorias e se preparando para enfrentar um cenário desafiador em 2018.