No primeiro bimestre de 2021, o IPC-Fipe, índice que mede a inflação na cidade de São Paulo, acumulou um aumento de 0,75%. Essa notícia pode causar preocupação em muitas pessoas, já que a inflação é um fator que impacta diretamente o nosso poder de compra. No entanto, é importante entendermos o contexto por trás desse índice e como ele reflete o cenário econômico atual.
O IPC-Fipe é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e, diferentemente de outros índices de inflação, como o IPCA, ele se baseia apenas nos preços coletados na cidade de São Paulo. Isso significa que os resultados podem variar em relação às demais regiões do país. No entanto, o IPC-Fipe é considerado um importante indicador da inflação, já que a cidade de São Paulo é um importante centro econômico e influencia diretamente os preços de diversos produtos e serviços em todo o país.
Voltando ao resultado do primeiro bimestre, é importante destacar que a taxa acumulada de 0,75% não é considerada alta. Para termos uma comparação, em 2020, no mesmo período, o IPC-Fipe havia acumulado uma inflação de 0,72%, ou seja, o aumento registrado em 2021 é relativamente baixo. Além disso, em fevereiro, o índice teve uma variação de 0,51%, mostrando uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o aumento foi de 0,86%.
No entanto, é importante destacar que existem alguns setores da economia que tiveram uma alta significativa em seus preços no primeiro bimestre. Entre eles, estão os alimentos, que tiveram uma variação de 1,41%, e os medicamentos, com aumento de 1,15%. Esses dois setores têm grande impacto no orçamento das famílias brasileiras e contribuíram para o resultado do IPC-Fipe.
Outro fator que influenciou o índice foi o aumento dos preços dos combustíveis. Com a alta do dólar e a política de preços da Petrobras, os valores da gasolina e do diesel tiveram elevações significativas nos últimos meses. Isso impacta diretamente no transporte de produtos e na inflação de outros setores.
No entanto, é importante ressaltar que nem todos os setores registraram aumento de preços. No primeiro bimestre, alguns itens apresentaram queda em seus valores, como é o caso do vestuário (-0,56%) e dos eletrodomésticos (-0,34%). Isso mostra que, apesar da inflação acumulada, ainda é possível encontrar produtos com preços mais acessíveis.
É importante reforçar que o aumento da inflação não é um fenômeno exclusivo do Brasil. Em todo o mundo, diversos países estão enfrentando um cenário de inflação alta, motivado principalmente pela pandemia da Covid-19. Com a queda da atividade econômica e as medidas de isolamento social, muitas fábricas precisaram interromper suas produções, o que gerou um desequilíbrio na oferta e na demanda. Com menos produtos à disposição, os preços tendem a aumentar.
No entanto, é importante destacar que o IPC-Fipe tem uma variação de 12 meses, ou seja, leva em consideração os últimos doze meses para medir a inflação. E esse é um período em que a economia mundial passou por diversas oscilações, como a queda do preço do petróleo, a variação do dólar e a própria chegada da pandemia. Portanto, é natural que haja uma alta nesse indicador, mas espera-se que, com a vacinação em massa e a retomada da economia, haja uma estabilização dos preços nos próximos meses.
É importante lembrar que, apesar do IPC-Fipe