Em 2006, Plutão deixou de ser um planeta. Uma decisão que gerou debates acalorados e mudou os livros de ciência para sempre. Mas afinal, por que Plutão deixou de ser planeta? Neste artigo, vamos relembrar a decisão que completa 19 anos e entender o que levou os cientistas a reclassificarem Plutão.
Plutão foi descoberto em 1930 pelo astrônomo norte-americano Clyde Tombaugh. Na época, foi considerado o nono planeta do Sistema Solar, juntando-se aos outros oito já conhecidos: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Porém, ao longo dos anos, novas descobertas e avanços científicos levantaram questionamentos sobre a classificação de Plutão como planeta.
Em 1992, o astrônomo David Jewitt descobriu o primeiro objeto além da órbita de Netuno, chamado de 1992 QB1. Mais tarde, foi descoberto que esse objeto, assim como Plutão, fazia parte de uma região do Sistema Solar chamada Cinturão de Kuiper, composta por milhares de pequenos corpos celestes. Essa descoberta abriu uma discussão sobre o que realmente define um planeta.
Até então, a definição de planeta era baseada em três critérios: estar em órbita ao redor do Sol, ter massa suficiente para que sua própria gravidade o torne esférico e ter “limpado” a sua órbita, ou seja, não ter outros objetos significativos em sua vizinhança. Plutão cumpria os dois primeiros critérios, mas falhava no terceiro, já que compartilhava sua órbita com outros objetos do Cinturão de Kuiper.
Em 2005, a descoberta de Eris, um objeto maior que Plutão no Cinturão de Kuiper, intensificou o debate sobre a classificação de Plutão. Os cientistas se dividiram entre aqueles que defendiam a permanência de Plutão como planeta e aqueles que acreditavam que ele deveria ser reclassificado.
Finalmente, em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) decidiu reclassificar Plutão como um “planeta anão”. Segundo a nova definição, um planeta deve cumprir os dois primeiros critérios mencionados acima e também “ter dominância orbital”, ou seja, ser o objeto dominante em sua órbita. Como Plutão compartilha sua órbita com outros objetos, ele não pode ser considerado um planeta.
A decisão da IAU gerou muita controvérsia e descontentamento entre os astrônomos e o público em geral. Alguns argumentaram que a definição de planeta era arbitrária e que Plutão deveria ser mantido como um planeta por sua importância histórica. Outros acreditavam que a nova classificação era mais precisa e refletia melhor a realidade do Sistema Solar.
Independentemente das opiniões, a reclassificação de Plutão em 2006 trouxe importantes reflexões sobre como a ciência evolui e como as descobertas podem mudar o nosso entendimento sobre o mundo ao nosso redor. Além disso, a decisão gerou um maior interesse pelo Cinturão de Kuiper e pelos objetos que o habitam, levando a novas descobertas e avanços na área da astronomia.
Hoje, Plutão é considerado um “planeta anão” e continua sendo um objeto fascinante para os cientistas. Em 2015, a sonda New Horizons chegou ao planeta anão e nos trouxe imagens e informações inéditas sobre