O Federal Reserve, também conhecido como Fed, é o maior banco central do mundo, responsável por supervisionar a política monetária dos Estados Unidos. Com cerca de US$ 245 bilhões em suas reservas, o Fed é uma das instituições financeiras mais influentes do planeta. No entanto, recentemente, algumas economias europeias, como a Alemanha e a Itália, têm manifestado preocupação com o destino de seu ouro armazenado no Fed, sob receio de possíveis crises globais.
Essa pressão para a repatriação imediata das reservas é impulsionada pela mudança política nos Estados Unidos. Com a chegada de Donald Trump à presidência, uma onda de incertezas tomou conta dos mercados internacionais. As políticas protecionistas adotadas pelo novo governo, aliadas à saída dos Estados Unidos de acordos internacionais, como o Acordo de Paris, têm gerado preocupações em relação ao impacto na economia mundial.
Nesse contexto, não é surpreendente que alguns países, como a Alemanha e a Itália, queiram ter suas reservas de ouro sob seu próprio controle. Como um ativo altamente líquido e confiável, o ouro é visto como um porto seguro durante crises e incertezas econômicas. Para essas nações, manter seu ouro perto de casa significa ter a garantia de que poderão acessá-lo rapidamente caso seja necessário.
A Alemanha é um dos países com maior reserva de ouro no mundo, com cerca de 3.366 toneladas em suas reservas. A maior parte desse ouro é mantida fora do país, principalmente nos Estados Unidos, no Reino Unido e na França. Desde 2013, o governo alemão vem tentando repatriar parte dessas reservas de volta ao país. Até o momento, cerca de 743 toneladas já foram repatriadas, mas o restante continua nas mãos do Federal Reserve.
O mesmo vale para a Itália, que possui a terceira maior reserva de ouro no mundo, com cerca de 2.451 toneladas. A maior parte desse ouro também está armazenada em outros países, incluindo os Estados Unidos. Assim como a Alemanha, a Itália também vem pressionando por uma repatriação de suas reservas, temendo possíveis crises internacionais.
O receio de que a atual instabilidade política e econômica dos Estados Unidos possa afetar negativamente o destino dessas reservas de ouro é compreensível. Sob a gestão de Trump, o país vem enfrentando uma guerra comercial com a China e constantes ameaças de tarifas sobre produtos importados de outros países, o que gera uma insegurança global. Além disso, a crescente tensão militar com a Coreia do Norte e o conturbado relacionamento com aliados históricos, como a União Europeia, também contribuem para uma atmosfera de incerteza.
Apesar de não haver uma confirmação oficial, especula-se que a resistência do Federal Reserve em devolver o ouro de outros países seja motivada por um déficit na reserva de ouro dos Estados Unidos. O país possui cerca de 8.133 toneladas de ouro em suas reservas, mas estima-se que apenas 22% desse total esteja efetivamente em suas instalações. Portanto, se os países começarem a repatriar suas reservas, o Federal Reserve teria que adquirir uma grande quantidade de ouro para cobrir o déficit, o que poderia gerar um impacto negativo na economia americana.
Embora a preocupação desses países seja compreensível, é importante lembrar que o Federal Reserve é uma instituição sólida e respeitada, responsável por garantir a estabilidade monetária nos Estados Unidos e no mundo. Além disso, o ouro é um ativo valioso e líquido, facilmente convertido em