As taxas dos Treasuries, títulos do governo dos Estados Unidos, registraram fortes quedas recentemente, refletindo uma série de questões que têm impactado o mercado financeiro global. Entre elas, destaca-se o adiamento da aplicação da tarifa comercial de 50% sobre produtos da União Europeia, anunciado pelo presidente americano Donald Trump.
Essa medida, que estava prevista para entrar em vigor no dia 18 de outubro, foi adiada para o dia 15 de janeiro de 2020. A decisão foi tomada após uma reunião entre Trump e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que concordaram em trabalhar juntos para resolver as disputas comerciais entre os dois blocos.
Essa notícia trouxe alívio para os investidores, que temiam uma escalada ainda maior na guerra comercial entre Estados Unidos e União Europeia. Com o adiamento da tarifa, as expectativas de uma possível recessão global diminuíram, o que impactou positivamente as taxas dos Treasuries.
Além disso, outro fator que contribuiu para a queda das taxas futuras de juros foi a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país. O resultado ficou abaixo do esperado, com uma variação de 0,01% em setembro, o menor índice para o mês desde 1998. Isso indica que a economia brasileira ainda está em um ritmo lento, o que pode levar o Banco Central a reduzir ainda mais a taxa básica de juros, a Selic.
Essa perspectiva de queda nos juros também influenciou as taxas dos Treasuries, já que os investidores tendem a buscar títulos com rendimentos mais atrativos em países com taxas de juros mais altas. Com a possibilidade de uma redução da Selic, os investidores estrangeiros podem optar por investir em títulos do governo americano, o que contribui para a queda das taxas.
Além disso, a incerteza em relação à economia global também tem impactado as taxas dos Treasuries. A guerra comercial entre Estados Unidos e China, que já dura mais de um ano, tem gerado volatilidade nos mercados e levado os investidores a buscar ativos mais seguros, como os títulos do governo americano.
Outro fator que tem influenciado as taxas dos Treasuries é a política monetária do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. No mês passado, o Fed cortou os juros pela segunda vez no ano, em 0,25 ponto percentual, e sinalizou que pode fazer mais cortes no futuro. Essa postura mais “dovish” (favorável a juros mais baixos) do Fed também tem contribuído para a queda das taxas dos Treasuries.
Diante desse cenário, os investidores têm buscado refúgio nos títulos do governo americano, considerados um dos ativos mais seguros do mundo. Isso tem levado à queda das taxas dos Treasuries, que têm atingido patamares históricos. No início de outubro, a taxa do título de 10 anos chegou a ficar abaixo de 1,5%, o menor nível desde 2016.
Essa queda nas taxas dos Treasuries tem impactado positivamente os mercados globais, já que os juros mais baixos tendem a estimular o consumo e o investimento. Além disso, empresas e governos podem se beneficiar com a redução dos custos de financiamento.
No Brasil, a queda das taxas dos Treasuries também tem impactado positivamente os investimentos. Com a valorização do dólar frente ao real, os investidores que possuem títulos do governo americano em suas carteiras têm obtido ganhos expressivos. Além disso,