Economistas apontam para a continuidade da desvalorização lenta do dólar
Nos últimos meses, temos acompanhado uma queda gradual do dólar em relação ao real. Essa tendência tem gerado muitas dúvidas e incertezas nos investidores e na população em geral. Será que essa queda vai continuar? O que podemos esperar para a moeda americana nos próximos meses? Para responder a essas perguntas, conversamos com dois renomados economistas, que fizeram projeções e apontaram possíveis cenários para o futuro do dólar.
De acordo com os especialistas, a desvalorização do dólar é um reflexo da atual conjuntura econômica mundial e também de fatores internos do Brasil. A pandemia do coronavírus, que afetou a economia global, e a instabilidade política e fiscal do país são alguns dos principais motivos apontados para a queda da moeda americana.
Para o economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), José Roberto Mendonça de Barros, a tendência é que a desvalorização do dólar continue, porém em um ritmo mais lento. Ele explica que, apesar da retomada gradual da economia, ainda há muitas incertezas e riscos que podem afetar a cotação da moeda.
“O dólar deve continuar em um patamar mais baixo, mas não podemos descartar possíveis oscilações e até mesmo uma valorização temporária da moeda. Ainda estamos em um momento delicado, com a pandemia em curso e a situação fiscal do país preocupante. Isso pode gerar volatilidade no mercado cambial”, afirma Mendonça de Barros.
Já o economista e sócio da consultoria MB Associados, Sérgio Vale, acredita que a desvalorização do dólar deve ser mais acentuada nos próximos meses. Ele destaca que a perspectiva de uma recuperação econômica mais rápida do Brasil, aliada à melhora do cenário político, pode atrair investidores estrangeiros e, consequentemente, pressionar a cotação da moeda para baixo.
“Com a vacinação em andamento e a expectativa de uma retomada econômica mais forte, o Brasil pode se tornar um destino atrativo para investimentos estrangeiros. Isso pode contribuir para uma desvalorização mais acentuada do dólar nos próximos meses”, explica Vale.
Ambos os economistas concordam que a desvalorização do dólar é benéfica para a economia brasileira. Com a moeda americana mais baixa, as exportações se tornam mais competitivas, o que pode impulsionar a produção e gerar empregos no país. Além disso, a queda do dólar também pode ajudar a controlar a inflação, já que muitos produtos importados ficam mais baratos.
No entanto, é importante ressaltar que a desvalorização do dólar também pode trazer alguns desafios para a economia brasileira. Com a moeda americana mais baixa, as empresas que possuem dívidas em dólar podem enfrentar dificuldades para honrar seus compromissos. Além disso, a queda do dólar pode afetar a rentabilidade de investimentos em renda fixa atrelados à moeda americana.
Diante desse cenário, é fundamental que os investidores estejam atentos e diversifiquem suas carteiras, buscando alternativas para se proteger de possíveis oscilações no mercado cambial.
Em resumo, os economistas apontam para uma continuidade da desvalorização lenta do dólar, porém com possíveis oscilações e riscos no curto prazo. A perspectiva é que a moeda americana se mantenha em um patamar mais baixo, o que pode trazer benefícios para a economia brasileira, mas também desafios