Desde a década de 1980, missões espaciais têm registrado emissões altamente energéticas no centro da Nebulosa da Hélice, um dos objetos mais fascinantes e misteriosos do universo. Essas emissões, conhecidas como raios-X, têm intrigado os cientistas por décadas, mas agora, finalmente, pode-se estar perto de descobrir sua origem.
Recentemente, um grupo de pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, publicou um estudo na revista científica Nature Astronomy, revelando que o misterioso sinal do espaço pode ter finalmente sua origem revelada após décadas de mistério. Essa descoberta pode nos ajudar a entender melhor a formação e evolução de nebulosas e estrelas.
A Nebulosa da Hélice, também conhecida como NGC 7293, é uma nebulosa planetária localizada a cerca de 700 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário. Ela é composta por uma estrela central, que já foi semelhante ao nosso Sol, e uma nuvem de gás e poeira que foi expelida pela estrela em sua fase final de vida. Essa nuvem de gás e poeira é o que dá a aparência de hélice à nebulosa.
Desde a década de 1980, os astrônomos têm observado emissões de raios-X no centro da Nebulosa da Hélice, mas até então, não se sabia a origem dessas emissões. Com o avanço da tecnologia e o lançamento de novas missões espaciais, como o Observatório de Raios-X Chandra, da NASA, os cientistas puderam estudar essas emissões com mais detalhes.
Foi então que o grupo de pesquisadores liderado por Mikako Matsuura, da Universidade de Manchester, decidiu investigar essas emissões de raios-X com mais profundidade. Eles utilizaram dados do Chandra e de outras missões espaciais, como o Telescópio Espacial Hubble, para analisar a nebulosa em diferentes comprimentos de onda.
Após anos de estudo e análise, os pesquisadores finalmente chegaram a uma conclusão surpreendente: as emissões de raios-X no centro da Nebulosa da Hélice são causadas por uma estrela companheira da estrela central da nebulosa. Essa estrela companheira é uma estrela de nêutrons, um dos objetos mais densos e exóticos do universo.
Uma estrela de nêutrons é formada após a explosão de uma estrela massiva, queimando todo o seu combustível nuclear. Ela é composta por uma massa incrivelmente densa, cerca de 1,4 vezes a massa do Sol, mas com um diâmetro de apenas 20 quilômetros. Essa densidade extrema faz com que a gravidade na superfície da estrela seja cerca de 100 bilhões de vezes maior do que a da Terra.
A descoberta da estrela de nêutrons como a origem das emissões de raios-X na Nebulosa da Hélice é um marco importante na astronomia. Além de revelar um mistério de décadas, essa descoberta também nos ajuda a entender melhor a formação e evolução de nebulosas e estrelas.
Segundo os pesquisadores, a estrela de nêutrons está em uma órbita muito próxima da estrela central da nebulosa, o que faz com que ela seja constantemente bombardeada por ventos estelares e material expelido pela estrela. Essa interação entre as duas estrelas é o que gera as emissões de raios-X observadas.
Além disso, essa descoberta também pode nos ajudar a entender melhor